6.8.06

Déjà Vu!?

Ontem eu sumi da Internet... sem MSN, sem Orkut, sem um e-mailzinho: desapareci! Hoje, quando liguei o PC havia mensagens de amigos - que me deixam muito feliz, mas também tinha mensagens off line no MSN dizendo pra eu não sumir - que também me deixam igualmente feliz, diga-se de passagem! Bem, o fato é que eu eu não sumi! Ou sumi? Eu sabia aonde eu estava... Eu sei que eu fui à praia ontem com o William... e estava um dia tão lindo e com o sol tão forte...

Mas antes eu acho que eu devo me situar da geografia local porque eu estava completamente perdido ontem, sem saber se ia pra note, sul, leste ou oeste! Não sabia nem para onde eu estava indo. Então vamos do começo: eis o mapa da Inglaterra.
Estou no condado de Berkshire [marcado com o número 2, já que Londres está com o número 1 - justo, porque foi lá que tudo começou], onde me encontro mais exatamente localizado na cidade de Reading - que por falar nisso, não se fala como o verbo ler, em Inglês. Pronuncia-se como se com um "e" aberto, como se houvesse lá um acento agudo, tipo réading, ok? [Clique nos mapas se quiser aumentar]

Mas continuando, fui parar na cidade de Brigthon ontem, que fica no condado de East Sussex - marcado com 3, no mapa.

Então, vamos a história? Já me acostumei a elas... Fico até triste quando elas não aparecem, acreditam? Pois bem, eram 8h00 da manhã quando saí de casa, falei tchau pro Izalty e fui até a estação - ele me dissera que tinha trem pra Londres de meia-em-meia hora, então eu poderia chegar a qualquer minuto porque, na pior das hipóteses, eu teria que esperar, no máximo, meia hora prá que outro trem saísse, certo? Claro que a resposta era "certo", né? Adivinhem quanto tempo fiquei esperando até que outro trem chegasse? Sim, exato... meia hora! Olha a cara do bicho!

Nesse meio tempo eu comprei as passagens de ida e volta na maquinha [tudo é, de certa forma, self service aqui - um desespero pros acomodados!], e um lanchinho pro caminho que seria o café-da-manhã do dia: um croissant e suco de manga com laranja [eu nunca tinha pensado em misturar os dois: é fantáááááááástico] O trem saiu às 8h40, com destino ao mesmo ponto da Clapham Junction, em Londres. Fiquei com vontade de fazer umas imagens da outra vez, mas foi mais prudente prestar atenção nas etapas da viagem. Mas dessa vez posso mostrar. Nessa imagem de dentro do meu vagão dá pra ver como tudo é bem sinalizado e como cada uma das paradas aparece no letreitro [centro da foto], além de ser anunciado pelo sistema de som.

No caminho o William me telefonou e perguntou quanto tempo eu levaria para chegar - as passagens para Brighton tinham sido compradas com antecedência e eram para às 10h00 - e eu disse que não sabia, mas que já estava em Richmond, uma das últimas paradas antes do meu destino.

Nós tínhamos um itinerário juntos antes de pegarmos o ônibus, e devido ao meu atraso involuntário, ele decidiu adiantar algumas coisas. Sei que o trem chegou ao meu destino cerca de 9h50 - nesse meio tempo o William já estaria esperando seu irmão na estação de Vauxhall - onde eu deveria chegar de ônibus e sozinho [cara de pânico]! Quando o Will me dissera que eu pegaria o ônibus sem ele [por causa do meu atraso e do seu irmão que deveria ser pego n'outro lugar] eu entrei em desespero porque eu não fazia idéia de como andar de ônibus nem em Valadares - quem diria em Londres... Comprei o passe, peguei o ônibus numero 77 [indicação do Will] e desci em Vauxhall às 10h05. Fiquei maravilhado porque era muito, muito fácil andar de ônibus em Londres.... ouso até dizer que já me aventuraria andar sozinho por lá! Ah, a história! Verdade... quase me esqueci dela! Bem cheguei 10h05, achei os dois e... haviamos perdido o ônibus! Foi nessa hora que eu fui entender na pele a expressão: pontualidade britânica! Francamente, pôxa!
Conversamos uns instates e foi cogitada a hipótese de ficarmos por Londres mesmo, mas acontecia que compramos passagens de ida de volta - ida para 10h00 e volta para 20h00. Decidimos juntos que iríamos comprar outra passagem e ida e usar a de volta, normalmente. Fomos todos, de ônibus de novo, para a estação de Victoria. No caminho vimos o Rio Thames por duas vezes, e como meu pai havia perguntado se ele era navegável, bem, nao vejo maneira melhor do que fotografar o Thames pra ele! Tá aí, pai!

Essa ponte agora eu até tentei descobrir qual era, mas não deu! Tenho a impressão de que é a mesma, mas não posso dar certeza. Aí nós já estamos no ônibus com destino a Brighton, por isso acho que seja a mesma ponte, vista de lado. Mas, enfim, o que você acha, pai: navegável ou não o Thames? Heim? Heim?



Deixamos a estação Victoria cerca de 11h00 da manhã e deveríamos levar cerca de uma hora e meia para chegarmos a Brighton - segundo o Will, que ja tinha visitado o lugar. Resolvi que ia dormir e coloquei o celular pra me acordar dentro de uma hora, mas quando acordei, ainda estávamos na estrada - nao sei se era porque eu estava dentro do ônibus ou sei lá o porquê, mas o motorista se perdeu! Tinha gente inquieta dentro do ônibus quando eu acordei, mas para mim tudo era festa!

Fiquei olhando pela janela e fiquei espantado com o fato de nascerem amoras silvestres por todo o acostamento, assim como pelo fato de em alguns lugares brotarem rosas silvestres! Ai.. por que não fiz fotos?
Houve um momento em que achei que tínhamos chegado até Brigthon, mas era outra cidade.. uma no meio de tantas que entramos, acho que, sem necessidade nenhuma! No entanto, em dado momento avistei uma placa apontando Brighton adiante, mas não me satisfiz muito porque poderíamos ainda errar outra vez. Só acreditei que tínhamos chegado quando vimos uma escultura de plantas num monte, anunciando um welcome to Brighton. Mas o problema não estava satisfeito ainda... o motorita agora não achava era o ponto onde deveria parar, e acabamos saindo de novo da cidade. Entrávamos e saíamos da cidade várias vezes, e passamos tantas vezes pelos mesmos locais que eu ja tinha a nítida sensação de estar vivendo um autêntico déjà vu! E para quem não sabe ou não se lembra,
déjà vu é o nome que se dá a sensacão de já ter estado ou vivido uma situação antes... como se você se lembrasse de ter visto aquilo em algum lugar.
Mas como eu dizia, houve um momento em que achei que tínhamos chegado até Brigthon, mas era outra cidade.. uma no meio de tantas que entramos, talvez, sem necessidade nenhuma! No entanto, em dado momento avistei uma placa apontando Brighton adiante, mas não me satisfiz muito porque poderíamos ainda errar outra vez. Só acreditei que tínhamos chegado quando vimos uma escultura de plantas num monte, anunciando um bem-vindo a Brighton. Mas o problema não estava satisfeito ainda... o motorita agora não achava era o ponto onde deveria parar, e acabamos saindo de novo da cidade. Entrávamos e saíamos da cidade várias vezes, e passamos tantas vezes pelos mesmos locais que eu ja tinha a nítida sensação de estar vivendo um autêntico déjà vu! Acho que aconteceu outro agora! [risos]
Bem, depois de um tempo umas garotas perderam a paciência e resolveram ir conversar ou fazer não sei o que com o motorista lá na frente. Quando dei conta olhei pela janela e vi as duas do lado de fora pedindo informações para os transeuntes! Tive uma crise de riso ao ver a cena... Andamos em círculos por mais uns minutos, até que enfim avistamos a praia! Era para pararmos em frente ao píer, mas alguns - eu incluído - fiquei com medo de o motorista se perder - mesmo que em linha reta, nos poucos metros que nos separavam do píer.... Mas até que enfim a tão sofrida praia de Brighton! Eis as primeiras fotos.

O píer é essa estrutura aí na frente. Fomos ate ele, que e bem grande e organizado. Ele comecou a ser construido em 1891 e foi inaugurado em 20 de maio de 1899 e tem cerca de 1.600 metros de comprimento. Claro que foram feitas várias reformas nesse meio tempo, mas hoje o negócio é gigantesco e tem até parque de diversoes nele.
Claro que essa foto seguinte não é minha - foi achada na net, mas olha só que bonito ele é!

Enfim, comemos no píer mesmo e fomos bater perna pela cidade, até que achamos uma praça que dava vista para uma estrutura curiosa, parecida com um predio Hindu. Mais tarde descobri que se tratava do Brighton Museum & Art Gallery.

Olha eu lá!

Mas antes de irmos até ele, acabei fazendo uma foto bem cara de debutante na praça, mas já que sou turista tudo tá valendo mesmo! E cala a boca quem falar que ficou brega: eu sou brega na Inglaterra, tá? E como turista, viu? A-PE-NAS turista! Humpf! - ao menos por enquanto [depois eu tomo jeito!]

Fomos e descobrimos que era um museu! Foi lá que eu tive o meu primeiro contato com o Egito! Eu estava diante de um sarcofago datadao de cerca de 1.700 anos ates de Cristo....

Acontece que eu nao fiquei satisfeito com o lanche e resolvemos comer mais. O Will e o irmão foram na linha mais leve, com frutas - bem natureba... eu quis mergulhar masi um pouco ainda na vida do povo de lá e resolvi ir de fast food. Nota: Nos Estados Unidos o fast food mais tradicional é o hamhúrguer, né? Adivinha qual e o fast food que e a cara da Inglaterra? Tente adivinhar antes de rolar a barra abaixo...

Isso na minha mão [que infelizmente também se vê dentro da minha boca] são fish and chips: peixe e batata fritos! Eu já sabia antes de embarcar, mas é ou não é curioso o povo comer peixe com batata frita quando se tá com pressa, ou quando se sai de noite pelas ruas... Eu comia hambúrguer também... mas qual é a fast food cara do Brasil? Boa pergunta!

Bem, mas o que eu não sabia que quando comprei meus fish and chips eu teria que travar uma luta ferrenha com elas!

Sim, sim.. as gaivotas lá são muito prá-frente! As gaivotas estão em todo lugar e até comem na mão dos visitantes! Se não tomarmos cuidado elas dão um rasante e pegam a comida do nosso prato sem a gente nem ver.... Tive que comer olhando pra cima e pros lados porque elas atacam de todos as direções! Eh uma loucuuuura [ai, que saudades da Madame Sheila!]. Eu mesmo vi, mais tarde, um pobre dum indiano tendo que comer uma batata, jogando outra prá longe na esperança de que elas o deixavam em paz, até que um bando, ou uma corja, ou máfia ou uma quadrilha de gaivotas roubou a comida do pobre, que teve que sair de perto senão eu acho que era perigoso comerem ele também!

Depois de satisfeitos, descemos até a praia propriamente dita, mas apesar do sol forte e do calor, ventava muito frio e a agua, por estarmos bem ao norte [lembrar que a próxima faixa de terra em linha reta, ao norte, e o próprio pólo norte!]. Fiquei decepcionado também com o que eu acostumei a sentir como terra, na praia... a vantagemd e não ter terra é que não entra na sunga, e nem suja a roupa quando se senta, mas olha o tamanho das pedras [em relação ao meu pé] que são o chão da praia....

Olha minah cara de destruido na praia de Brighton.

Bastante curioso é, também, o fato de que a mesma praia é frequentada por quem está de sunga, maiô, burca, terno, calça jeans, sem camisa, com camisa, e sem roupa nenhuma... eu fiz parte, como se pode ver, do grupo dos vestidos! [A água é fria mesmo, gente... eu juro!]

Passamos os últimos minutos em Brigton sentados na praia e conversando sobre o futuro. Eu, pessoalemtne, fiquei pensando em como seria se comigo lá estivessem o meu pai, a minha mãe e a Lu, por perto. Por causa deles escolhi, no meio de milhares, uma pedrinha que simbolizaria a minha viagem até lá - e que vou mandar para eles. Olhei pros lados e vi que eu não era o único a procurar por tesouros: uma chinesa procurava por penas de gaivotas, um provavelmente alemão catava conchas e um sei lá o que usava um detector de metais sobre as pedras.... Mas de qualquer maneira, todos nós tínhamos o mesmo objetivo: fazer fotografias em quatro - ou mais - dimensões.

As dimensões usuais são 3: a altura, a profundidade e a largura, mas Einstein introduziu o tempo como sendo a quarta dimensão, com a Teoria da Relatividade. Só que matematicamente as dimensões podem ser infinitas, em vez de sete, como li outro dia quando estudava com a Cida a Teoria das Cordas. Sim, outra vez o infinito veio até a minha cabeça... e me imaginei

de que vale a pena o infinito virtual se a percepção da realidade é finita? Ou que, apesar de eternos, somos todos condicionados a perceber o mundo até o limite do nosso conhecimento? O infinito me choca! As dimensões me chocam....elas em chocam ou me tocam?

A verdade é que eu nunca teria imaginado essa praia. Eu poderia, mas nunca seria essa praia... e dei graças pela tecnologia que pode fotografar, mesmo que em apenas duas dimensões, a praia que eu vi onte, e que eue vejo agora nas fotografias. E sim, o tempo é relativo, mas chegou a hora de irmos pegar o nosso ônibus de volta. Eram 20h00. Notamos que o motorista que nos trouxe estava disponível, mas nem precisa dizer que corremos dele e pegamos outro do ônibus que vinha pra Londres. E adivinha quem estava dentro do nosso mesmo ônibus de volta: as garotas que ajudaram o motorista a chegar em Brigthon! Desta vez acabamos conversando e descobri que uma delas - a Francesca - é italiana e mora em Turin! Ah, e usa aparelho nos dentes também! Que coisa, né?

Acabei dormindo outra vez, mas eram apenas 21h30 quando chegamos até Londres, na Estação Victoria e seguimos a pé até Vauxhall, onde fiz uma foto dos famosos ônibus de dois andares de Londres.

Por fim, peguei meu trem na estação de Claphan Junction que estava marcado para às 22h58 [acreditem, a pontualidade britânica funciona] e cheguei a Reading 00h15. No caminho de casa o Izalty me liga prâ saber se estava vivo e me pede pra ligar quando estivesse perto de um pub onde vamos freqüentemente. Comemos, rimos das nossas histórias e dormimos. O domingo era dia para outra história. Mas mesmo assim ainda era tempo para ver que eu ficara bronzeado! E olha que a Inglaterra era o último lugar que eu pretendia ficar bronzeado! E viva as supresas!

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