26.4.10

O meu Sonho!

Antes de tudo, lembrar dos meus sonhos é algo inusitado. Quase que um omen em si mesmo. E hoje eu sonhei com os meus ídolos: eles não morreram, afinal. Acontece que eles adotaram um low profile extremista.

No sonho eles não resistiam e emergiam dos disfarces, deliciando os transeuntes desavisados que os confundiam com wannabes – e eles não se importavam porque, no meu sonho, eles amavam arte, e não a fama.

Eu não sei exatamente qual era o meu papel no sonho, mas nós nos reconheciamos e eles falavam comigo quase que de igual pra igual.

Eu não sei se devia, mas eu fiquei triste quando acordei – talvez porque não quisesse que chegasse ao fim. Talvez eu ficasse triste porque eu queria escrever os detalhes do sonho – apesar de saber que contar um sonho é proibido. Ou eu ficava triste porque aquele sonho era o meu sonho

(...)

Eu me prendi ao sonho pelo máximo que eu pude. E de tão qerido, despedi-me em voz alta, quase que me desculpando: eu ainda não sei a diferença entre sonho e faz-de-conta....

Pré-Operatório

Eu acho que eu vivo para expor a minha opinião. Quero, na verdade, apenas, que as pessoas concordem comigo. Não: não quero mudar o mundo, mas viver confortavelmente como conseqüência dessa aceitação.

Eu não me importo com legado ou patrimônio. O que eu quero é simplesmente viver confortável. Viver, em si, não é um atrativo: eu acordo todos os dias e vivo em piloto automático – até as minhas decisões são pré-moldadas, e somente evito me doer fisicamente. E acima de tudo, não quero ser mais o dono de mim. Eu nem acordaria, se dado a opção...

A RAIVA

Eu tenho o direito de experimentar a raiva, sem que eu a focalize em alguém, mas numa circunstância. E tambem é direito dos outros discordarem de mim, assim como é direito meu discordar de volta, e assim por diante: infinitamente. Se a culpa for das circunstâncias, eu não preciso, necessariamente, ficar com raiva de pessoas – mas eu sinto raiva, mesmo assim...