23.12.10

Fim de ano...

Minha casa? Meu objetvo de vida? Minha relacao com o deus? Minhas escolhas? Meus semelhantes? Minha identidade? Minha afiliação: todos amorfos, indefinidos.

Nada é claro. Nada é conclusivo. Nada é direto. E eu não me sinto aceito.

Nada é confirmado. Casa é lugar nenhum, e eu nunca precisei me esforçar de verdade.

Eu me desfiz do material pensando que eu ficaria mais leve e joguei muitas coisas fora, mantendo apenas fotos e livros e outras coisas que eu preciso esculpir em algo consistente e pacífico pra mim, como a minha tatuagem, meus amigos no coração, o cheiro da casa dos meus pais e a certeza de que eu fiz parte de algo. O senso de mim mesmo, um (des)propósito definido, minhas raízes procurando e o desejo de ser limbo nunca mais...

15.8.10

Eu ainda luto pra não morrer.

Eu luto pra me manter vivo dentro de mim.

Eu luto pra não deixar morrer o que existe de mais primordial em mim, e que me é tão querido – e maldito. Sim, as contradições são meu nêmesis, e meu prazer. Escolha é o meu inferno e paraíso: é o meu depois da morte.

Eu hoje me vejo como meu pai, sempre perguntando da correta maneira de se dizer e de se fazer, e me maravilhando com o quanto se pode aprender num segundo. Por outro lado eu me sinto derrotado por não ser o prodígio e a referência. Eu fui mal-acostumado. Ou talvez apenas rodeado por mediocridade. Ou talvez eu fosse mesmo o dotado, mas o medo de cair foi maior, e eu fugi.

Sim, eu fugi com a intenção de me procurar, e hoje em dia eu luto pra não me perder...

Eu me guio na claridade, procurando pela escuridão – e vice-versa: tudo pra não esquecer de como eu era: alguém de quem eu não sei se sinto, realmente, falta. Alguém que exagera nas vírgulas. Alguém que não consegue decidir por um banho de chuveiro ou de banheira. Alguém que segue o caminho das circunstâncias e se deixa guiar pela maré. Alguém que inventa necessidades pra se prender ao atual porto-seguro. Alguém que inventa um passado e resiste ao futuro. Alguém que escreve sem pensar e vomita palavras,mas depois das limpa do papel – anal que é. Alguém que não sabe exatmaente o que quer – ou não tenha, talvez, noção nenhuma do que quer. Esse alguém sou eu e esse eu ativa e desativa o Caps Lock, e reconhece o som das teclas do computador. Um alguém que quer não querer o sucesso por medo. Ele não sabe que de quê ele tem medo. Alguém que se recusa a usar a nova grafia!

Talvez ele tenha medo de esquecer como se usam as palavras “não” e “talvez”, que lhe soam como “obrigado” e “por favor” – sentenças que um dia alguém disse que o levariam longe. E esse longe, ele sempre pensou, seria um termo metafísico, e não extenção territorial. Um longe que pensava não estar tão intimamente conectado a humildade. Humildade que se confunde com subserviência, e que se mistura com fobia social.

As máscaras ou não servem ou não se fixam, e ele sai correndo da multidão – pelo menos em pensamento, porque coragem pra ser neurótico lhe falta, por medo de ser anti-social.

É por isso todo que ele (ainda) escreve!

27.6.10

16.5.10

Outra vez!?

Eu acho que eu vivo para expor a minha opinião. Quero, na verdade, que as pessoas concordem comigo. Não: não quero mudar o mundo, mas viver confortavemente como conseqüência dessa aceitação.

Eu não me importo com legado ou patrimônio. O que eu quero é simplesmente viver confortável. Viver, em si, não é atrativo: eu acordo todos os dias e vivo em piloto-automático – até as minhas decisões são pré-moldadas, e somente evito me doer fisicamente. E acima de tudo, não ser mais o dono de mim. Eu não acordaria, se dado a opção.

Adrenalina

Tem os momentos em minha vida em que eu me pergunto: o que eu estou fazendo aqui? É a mesma sensação de quando eu estou prestes a fazer algo em que aterroriza. Como, por exemplo, uma volta na montanha-russa. Aqueles momentos em que se sobem os primeiros trilhos e você se pergunta: o que eu estou fazendo aqui? O que eu vim fazer aqui? Por que eu estou aqui? De quem foi a idéa de vir aqui? O que eu vim fazer aqui? Será assim que se sente quando se esta prestes a ser feliz? Feleicidade é gozo? E depois do gozo você está cansado ou se arrepende? Ou simplesmente você se sente culpado porque não soube ser feliz por mais tempo? É difícl. Eu não sei o que eu quero dizer com isso... eu só sei que acabei de ver o novo filme do Freddy Krueger e eu me perguntava em cenas-chave: o que eu vim fazer aqui? Sabendo que eu adoro adrenalina, mesmo eu tenho medo da adrenalina...

Epifanias - N

O regogizo mata o escritor que luta dentro de mim...

Leis de Murphy

A partir do momento em que eu começar a viver a vida, no perfeito momento seguinte eu vou morrer, ou qualquer outro acidente suceder... Não, as Leis de Murphy não são acidente.... mas qualquer evento que vai me dar segundos pra finalmente entender o que eu não sei vai saltar diante de mim. Será que o meu instinto suicida é uma luta inconsciente pra me manter vivo?

Como vai você?

Eu entendo o porquê de o Luciando ter ficado com raiva: Na época eu tentava olhar nos olhos dele e fazer com que me prometesse que ia se cuidar. A nossa despedida não foi uma despedida clássica, mas foi memorável sim. Na verdade, flashes daquela viagem me perseguem hoje e me perseguirão pelo resto da minha vida – e talvez mais. Antes dele literalmente desaparecer, eu disse: “promete que vc vai se cuidar”. E ele rspondeu: “faz diferença?”. Talvez ele não fosse tão agil – talvez a resposta me machucou tanto que eu levei mais que o normal pra me recuperar, e quando levantei a cabeça pra lhe dizer qualquer outra coisa, ele havia desaparecido.

Mas que ele me disse, de verdade, foi: “você não vai fazer parte da minha vida e eu não quero te ver nunca mais, então que diferença faz o que eu faço da minaha vida?” Mas não era essa a minha pergunta. Eu não queria saber se ele ia ficar bem, eu simplesmente queria que ele concordasse comigo em alguma coisa, pelo menos uma vez – era tudo o que eu queria.... Ele não precisava cuidar dele, eu só queria que ele conversasse comigo ou que fingisse que estivesseos em sintonia. Foi como o Izaltino, pela Internet, perguntando como foi a minha operação – da extração do meu cisto, e eu não respondi nada. Eu penso que o Izlatino não queria exatamente saber como eu estava – ou queria saber sim, mas não ia fazer diferença se eu estivesse morto ou prestes a morrer. Na verdade não apenas ele, mas todos preferiam que eu sobrevivesse: era mais fácil e conveniente pra eles. O que ele queria era paz de espírito porque nos dois sabemos que nós não temos mais uma amizade, mas uma conexão residual. Nós dois nos machucamos. E isso me faz entender que não é fácil ser liberal... não eh todo mundo que dá conta de ser, vamos dizer – vai soar prepotente: não é todo mundo que sabe ser como eu era em Valadares, sempre disponível, sempre aberto, sempre farto, sempre dividindo. As duas vezes em que eu precisei de abrigo eu fui maltratado.... o que isso faz de mim? Significa que eles não me perdoam por não serem como que eu sou? Ou é o simples fato de que eles não gostavam de mim, mas da liberdade que eles tinham perto de mim? E o resto era apenas conveniência?

Poltergueist

Eu entro e saio do MSN, anunciando e denunciando a minha chegada, na esperança de que alguém do meu mundo - meu MSN, minha rede possa me ver. Não que eu queira que alguem me aborde e comece uma conversa. Longe disso: eu não tenho paciência pra conversas pelo MSN. Esse entrar e sair é apenas um exercício do poltergheist.

Sim, as pessoas se esquecem com o passar do tempo – mesmo dos mortos. Saudade é proporcional à falta que se faz, e com o tempo outras coisas substituem a falta e a saudade se esfarela. Ou, em outros termos: o tempo a tudo cura! E tem mais: no MSN ou outras redes sociais, a meméria seletiva tem o poder do delete!

O que me intriga, na verdade, é que eu não sei se eles apenas fazem parte do meu mundo. Eu não sei de que mundos eu faço (ou fazia) parte....

Enésima Retórica.

Aí eu comecei a pensar: mesmo eu desconhecendo a existencia de alguma coisa que me define, eu automaticamente sou aquilo ou eu tenho que aceitar primeiro?

último...

Coisa estranha...

Eu acabei de perceber que ontem eu fui pro trabalho e era o último dia em que a loja estaraia aberta antes da reforma: expectativas... quase que um aniversário às avessas! Eu fui porque era o último dia da loja e era também o último dia de trabalho de uma das senhoras do setor masculino. Ela tem 72 anos e estava se aposentando não porque estava cansada e derrotada, mas porque a loja não ia mais ser o que ela conhecia como a loja em que ela trabalhava. Talvez ela quisesse manter viva a imagem condizente com as lembranças dos tempos felizes e pessoas que por ela passaram e que não voltam mais... 72 anos é muito tempo e lembrar é sentir falta...

Aí de repente, no último dia me caiu a ficha de que talvez fosse aquele o último dia em que eu a via. Mas, por outro lado, seria – não hipoteticamente, mas sim, o último dia em que todos nos veríamos o nosso passado na loja. Eu não gosto das últimas vezes: elas me assustam. E a vida é uma constante de últimas vezes: nada se repete...

Qual é o meu problema com a infância e a figura materna?

Qual é o meu problema com a infância e a figura materna?

Eu chorei em “Inteligência Artifical” e “Em Busca de Neverland”. Mas eu lembro também que eu chorei em”Eduardo Mãos de Tesoura” e “Uma Equipe Muito Especial”. Salvo engano... não, em “Iris” eu não chorei não, mas me deixou profundamente triste... será que isso tudo são reflexos dos problemas mal resolvidos com minha mãe? Mas que tipo de coisa mal resolvida eu tenho com minha mãe? Qual é o problema que eu tenho com a minha infância? Ok... meu pai não foi uma imagem freqüente – ou constante, quando esteve. Minha mãe sempre foi absorta: ela fora criada assim, e do jeito dela, talvez pensasse que era assim que se criava os filhos. E será por isso que hoje eu fugi e não quero saber de ninguém perto de mim? Eu jamais vou confrontar esse problema...

L-Dolla

Eu estou brigando lutas imaginárias outra vez.
Lógico que eu não estou contente, mas pelo ou por que que eu estou lutando?
É a atencipacao do argumento, medo do confronto, evitando ridículo, ou eu sou simplesmente analítico com ênfase no normal?
Eu luto lutas imaginárias quando algo me incomoda.

26.4.10

O meu Sonho!

Antes de tudo, lembrar dos meus sonhos é algo inusitado. Quase que um omen em si mesmo. E hoje eu sonhei com os meus ídolos: eles não morreram, afinal. Acontece que eles adotaram um low profile extremista.

No sonho eles não resistiam e emergiam dos disfarces, deliciando os transeuntes desavisados que os confundiam com wannabes – e eles não se importavam porque, no meu sonho, eles amavam arte, e não a fama.

Eu não sei exatamente qual era o meu papel no sonho, mas nós nos reconheciamos e eles falavam comigo quase que de igual pra igual.

Eu não sei se devia, mas eu fiquei triste quando acordei – talvez porque não quisesse que chegasse ao fim. Talvez eu ficasse triste porque eu queria escrever os detalhes do sonho – apesar de saber que contar um sonho é proibido. Ou eu ficava triste porque aquele sonho era o meu sonho

(...)

Eu me prendi ao sonho pelo máximo que eu pude. E de tão qerido, despedi-me em voz alta, quase que me desculpando: eu ainda não sei a diferença entre sonho e faz-de-conta....

Pré-Operatório

Eu acho que eu vivo para expor a minha opinião. Quero, na verdade, apenas, que as pessoas concordem comigo. Não: não quero mudar o mundo, mas viver confortavelmente como conseqüência dessa aceitação.

Eu não me importo com legado ou patrimônio. O que eu quero é simplesmente viver confortável. Viver, em si, não é um atrativo: eu acordo todos os dias e vivo em piloto automático – até as minhas decisões são pré-moldadas, e somente evito me doer fisicamente. E acima de tudo, não quero ser mais o dono de mim. Eu nem acordaria, se dado a opção...

A RAIVA

Eu tenho o direito de experimentar a raiva, sem que eu a focalize em alguém, mas numa circunstância. E tambem é direito dos outros discordarem de mim, assim como é direito meu discordar de volta, e assim por diante: infinitamente. Se a culpa for das circunstâncias, eu não preciso, necessariamente, ficar com raiva de pessoas – mas eu sinto raiva, mesmo assim...

15.2.10

Desculpa...

Eu escrevo receoso: o inferno, pra mim, é a repetição!

Não sei se me refiro ao tema ou a escrita em si. Fato é que eu não me encontro em estilo – porque falo do obvio e vivo o obvio, mas eu o mascaro (e a minha vida) com a realidade e daí nascem os registros.

Neste sentido os meus traumas são assunto corriqueiro porque quanto mais eu os rumino, mais eu me machuco e me saboto. E como saída – quase que por desespero, eu odeio os outros porque, por mais próximos que eles sejam, ou mais próximos que eles estejam, eles não são eu.

Talvez por isso a saída mais comum do inferno é deixar outro no seu lugar – mesmo sem saber.

5.2.10

Uma Jornada Particular

Por uma vez nesse Blogger vou ser direto e sincero!

Pra quem não percebeu ainda, eu gosto de ler. Leio de tudo e tudo interessa: . Leio bula de remédio e rotulo de xampu! Leio do tema do dia na Wikipedia à pagina inicial da UOL, passando por jornais, revistas, bloggers e outros sites E como todo internauta sabe, quando você se envolve com um assunto, link depois de link você se pergunta: como é que eu fui parar aqui? E isso aconteceu comigo uns dias atrás, quando entre A Divina Comédia e Fissuras Anais, eu me deparei com o seguinte parágrafo (a tradução livre é minha):

Tudo começa com ateísmo. Um belo dia você olha para o universo e diz, “Não existe Deus, não existe o Diabo.” Então você decide que você é o centro do seu próprio universo subjetivo, porque, obviamente não se pode ter contato objetivo com tudo o que existe. Portanto, ao decidir que você é o Ser mais importante na sua vida, você se torna o seu próprio Deus. E sendo o seu próprio Deus, você se sente confortável tomando suas próprias decisões sobre o que priorizar. O que é positivo para você, é automaticamente bom. O que te prejudica é mau. E você estende tal premissa para as coisas que você aprecia e para as pessoas que você aprecia. Trata-se de uma filosofia autocentrada.

Mas ser seu próprio Deus também requer responsabilidades, já que você está atraindo pra você o completo ônus pelos seus sucesso e perda pessoais. Você não reza pra Deus culpando o Diabo, ou qualquer outro, por aquela situação que lhe sucedeu. Está tudo na sua mente.

Isto é um desafio para a maioria das pessoas. A maioria delas tende a pensar que elas precisam de algum tipo de apoio externo, algo com quem elas possam se identificar, algum tipo de filiação sobrenatural ou mesmo até algum tipo de autoridade governamental que lhes digam o que fazer da vida.

Aquele parágrafo resumia e representava talvez tudo o que eu pensava sobre religião ou teologia. Em poucas ocasiões eu me sinto totalmente traduzido em palavras com relação a um sentimento, e esse parágrafo foi um deles: identificação absoluta! Ou quase... não fosse pelo fato de que o trecho fora extraído de uma entrevista com o dirigente da Igreja de Satanás!

Eu experimentei um misto de reações e algo me incomodava. Voltei a pensar em rótulos, e me perguntei: o fato de que você se encaixa em um rotulo faz de você parte daquele universo? E claro, a resposta era: depende. Sim, depende do que se diz respeito. Por exemplo, vamos pensar em rótulos simples: homem, caucasiano, 30 anos – todos rótulos que me compreendem e não exigem muito de mim para que eu me enquadre. Daí fui para outros rótulos mais complexos: graduado, poliglota, escritor – eu também pertenço a estes grupos. Mas certos rótulos dependem de algo mais, sejam outras pessoas ou aceitação pessoal. Apesar de que alguns rótulos não exatamente dependam de aceitação pessoal, como por exemplo, homossexual... ou dependem? O problema é o medo do rótulo? É medo da reação da sociedade sobre o rotulo? Ou o problema, depois de tanto tempo e de tantas lutas, é ainda mais complexo?

Eu aprendi que os rótulos trazem desafios e que as bandeiras que levantamentos não precisam ser colocadas em mastros e marchadas em procissão. Rótulos também são pessoais... A minha bandeira pode ser um simples post-it dobrado no meu bolso ou uma ideologia que eu não preciso dividir com ninguém, porque quando se “levanta” uma bandeira, você se aceita mais um pouco. Preconceito é uma barreira pessoal e está nas nossas mentes.

Por momentos eu pensei que eu me incomodava pelo fato de ter me descoberto Satanista... Então, eu me pus a pensar no que me fez pensar que eu fosse Satanista? Nada... Absolutamente nada. Minha visão religiosa continua intacta e pelo fato de que ela fora descoberta e adaptada e emendada com o decorrer dos anos ainda me dá o direito de me referir o meu credo como “Leleuismo”. Nao, eu nao sou Satanista! Qual o problema, afinal de contas?

Eu entendi que o meu terror não foi por ter encontrado um preconceito em mim: eu sei que tenho vários! O meu terror foi perceber que eu aceito o preconceito nos outros, mas não em mim. E eu sei que preconceito pessoal é um sintoma de não se conhecer...

450 palavras

Ontem eu voltei de Londres onde passei dois dias deliciosos com a Lu, na casa dela. Vê-la é sempre um misto de emoções e eu geralmente exausto e preciso de um escape. Não que qualquer coisa nela me canse ou aborreça, mas, entre outras coisas, a separação é sempre dolorosa. E como ia dizendo, eu me jogo em tergiversações e experimentações que me ocupam o tempo e me trazem de volta para a realidade. Acontece que a realidade também me faz chorar, e eu não sei como mostrar meus sentimentos: do lado dela eu sentia uma onda de amor e queria abraçá-la, mas eu não abracei porque eu teria que explicar o abraço. Outras vezes eu sinto a mesma onda de amor pelos meus pais ou pelo Richard, mas eu não exponho porque em mostrando afeto, eu me enfraqueço e me torno vulnerável à nostalgia – ou a não sei o quê.

A vida é mais fácil se você é nono facetado... quanto menos você mostra, menos se sabe sobre você, e quanto menos se sabe sobre você, mais simples é o seu relacionamento com os outros. Estaria eu fazendo distinção entre qualidade e quantidade, neste momento?

Não! Ainda não é hora de parar. Tem mais pra se dizer sobre isso, mas eu estou me defendendo no meu próprio post! Certo, eu me escondo porque não quero que me vejam – ah, que surpresa! Eu não quero que me vejam vulnerável porque eu não acredito em fraqueza corporativa. E sim, eu vejo a mim como uma empresa, um ser dentro de outro ser que se adapta e se comporta como eu quero que os outros me vejam – sim, da mesma forma como eu criei a minha própria assinatura.

Acontece que eu estou perdido... eu não sei mais quem eu sou, e não quero pedir ajuda porque eu não sei o que está errado – ou o que esteja correto. Talvez seja por isso que eu não chore! Chora-se, entre outros motivos, por tristeza, mas não por confusão. Ou isto é parte do meu personagem que se instalou tão fixa e profundamente na minha alma que eu desaprendi? Hoje em dia eu choro com a tristeza alheia e vendo filmes que e lembrem o que eu fui, ou do que me toca. E o que ultrapassa a minha carapaça não são dramas com apelo mundial ou épicas histórias de amor. Não, eu também não acredito no amor... o que me tocam são as coisas pequenas: é a planta seca ninada pela brisa compadecida, é a busca cega da estalactite, é acordar cedo e saber exatamente como cada segundo do seu dia vai se desdobrar, é sentir saudade de um futuro incerto e provavelmente impossível...