23.7.06

A Quarta Dimensão!

O tempo, a quarta dimensão, a mais etérea delas todas, também caminha. E caminha rumo ao infinito, que por sorte, azar, ou sei lá o que nos inclui também. Sim, amigos, chegou a hora.

Hoje deixo Governador Valadares, minha casa por duas décadas inteiras de amores, rancores, desalentos, vitórias e principalmente, amizades. Amizades estas que me farão tanta falta, já que não estarei mais tão próximo dos corações siameses aos meus – apesar de que, como diria Vinícius, justamente por serem amigos, não são possessivos, e por isto, deixam caminhar, ir, viver, sonhar, voar, enfim. Está na hora de voar. Abro os braços, fecho os olhos e pulo diante do precipício, esperando que as minhas asas suportem o peso da liberdade. Fico, no entanto, triste por não ter podido me despedir propriamente de todos os meus poucos amigos, mas paradoxalmente, fico feliz por não ter feito com que estes mesmos amigos chorassem – talvez.

Vou de cabeça erguida porque acredito nos meus sonhos, amigos: sintam-se felizes por mim. Saio de cabeça erguida porque eu acredito nos meus sonhos, e por isto eles são tão vivos. Saio de cabeça erguida porque sei que ninguém pode ser escravo de sua identidade porque quando surge uma possibilidade de mudança é preciso mudar, mesmo que o conforto e o ego sejam muito difíceis de combater. Mas eu fui. E mais uma vez, parafraseando Vinícius, saio feliz não porque fiz amigos, mas porque os reconheci no meio da multidão, nomeio do rebanho, destacando-se. Fiquem com Deus – os que acreditam em Deus, que a paz esteja com vocês – para os que acreditam na paz e sejam felizes – para aqueles que acreditam em mim.

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