30.7.06

Parte III – Quem tem medo da Imigração... Imigração... Imigração?

CONVERTENDO-ME NA MINHA PRÓPRIA FICÇÃO
Relatos dos dias 26 e 27 de julho de 2006.

Parte III – Quem tem medo da Imigração... Imigração... Imigração?


Completamente surdo, pergunto a um simpático senhor qual das filas seguir, que, depois de me perguntar a nacionalidade, indica a fila e ainda questiona se eu tinha preenchido o bendito formulário. Levei uns cinco minutos para preencher, mas fui para a fila.

Eram 12 guichês com um funcionário em cada um e um balcão elevado, cercado de vidros opacos com outros 4 ou cinco funcionários dentro.

Quase na minha vez constatei que faltaram dados no formulário, e permiti que um senhor passasse a minha frente, para que eu preenchesse o restante. Em seguida fui chamado por uma senhora de cabelos negros e longos ate o ombro, branca e muito bonita, aparentando ter seus quarenta e poucos anos. A primeira pergunta foi: o que voce pretende fazer aqui? Respondi que iria a um show da Madonna no dia quinze de agosto e mostrei-lhe a fatura do cartão de crédito junto dos respectivos e-mails onde me instruiam a coletar os ingressos no dia do show. A segunda pergunta foi: quanto tempo voce pretende ficar? Respondi que pretendia ficar até meados do dia vinte, porque em seguida iria para a Itália dar continuidade no meu processo de obtencão da cidadania italiana, mostrando os documentos que levava comigo. Em seguida ela pergunta aonde eu iria ficar, e mostrei a carta-convite assinada pelo William. Nesse momento ela pediu que emprestasse os documentos apresentados, dando-me um protocolozinho, e pediu que eu sentasse uns instantes, enquanto ela conferia alguns dados. Enquanto esperava pude observar a fila da esquerda, composta por pessoas da comunidade européia seguindo muito facilmente, e a da direita, de onde eu vim, cheia de pessoas paradas nos guiches, dando explicações.

Volta a funcionária da imigração fazendo mais perguntas, mas pude notar um papel semelhante a um fax, coma foto do William, parecendo uma espécie de relatório. Ela me disse que conversou com meu amigo e que as nossas situações eram bem parecidas, mas que ela ainda iria conversr com um colega que falava italiano, para checar o teor dos documentos, e pediu que eu esperasse mais uma vez, subindo para o balcão mais alto, conversando com uma das cinco pessoas que lá estavam. Algumas das pessoas que estavam dando informações para a imigração continuavam lá, de pé, diante dos guichês, enquanto voltava a simpática mulher que me atendia. Na volta ela diz que obviamente eu tinha meios de me sustentar, visto que eu usara o cartão internacional para comprar o ingresso e me pergunta se aqueles documentos seriam suficientes para adquirir a dupla nacionalidade Foi quando eu lhe contei a história do tio Geraldo, e tudo mais. Ela sobe de novo e conta a história para o seu colega e logo veio diretamente para o guichê, chamando-me e dando-me o meu material para que guardasse, dizendo:
“gostei de você. Você parece ser uma pessoa legal. Eu vou lhe dar o visto de entrada se me prometer que voltará para me mostrar o seu passaporte italiano”.
Preciso dizer o que respondi? Em seguida pedi desculpas por não ouvir muito bem e falei da turbulência. Como sempre ela se demonstrou simpática e até me contou sobre como ela enjoa em vôos, quando, me aproveitando o seu sorriso, perguntei sobre onde poderia pegar minha mala, ela pediu que a seguisse por alguns instantes e vendo um quadro com um lindo cheese-cake de amoras eu disse que adorava as sobremesas inglesas, e ela completou:
“quando você voltar e me mostrar o seu passaporte, eu lhe passo umas receitas”.
Fiquei bege... Léo trocando receitas coma funcionária da imigração! Quem diria.... [O que deve ter de Valadarense fazendo voodoo agora nem tá no mapa!] Mas ainda faltava pegar a mala antes de me encontrar com os amigos. Desci.

Pedi outras informacçõs e cheguei à esteira número quatro. Esperei, esperei, mas nada da minha mala! Pedi informações a um funcionário que estava na esteira e, depois de verificar, ele me disse que não tinha mais nada lá dentro. “Ai!” – pensei. Seguindo suas instruções voltei pro guichê onde pedi as primeiras informações sobre a bagagem e preenchi um boletim de ocorrência, dando o endereco e telefone do William para quando ela fosse encontrada! [Credo, minha mala sempre fica na metade do caminho! Que horror!] Reconheci um dos homens que também reclamava da perda da sua bagagem – era um dos que estavam se explicando lá em cima - parece que era o dia dos Brasileiros. Saímos juntos e quando literalmente vi a luz, estavam os três fofos sentados: o Izalty, o William e o Mark. Izalty trazia consigo uma folha de papel A4 com os dizeres:
“It’s me, dear!” - vide AbFab...
Abraçamo-nos, conversamos, contei tudo e fomos para a casa do Izalty em Reading – o William mora em Londres, o chique!

Mark [estouc ercado de fofos aqui!] é um amigo do Izalty [sem comentários sobre a fofura dele!] que veio com ele me buscar de carro. A impressão que se tem é que a distância entre Reading e o Aeroporto de Gatwick é a mesma distância entre Confins e Belo Horizonte, mas a tempestade que atrasou o pouso do avião da British lá no ar chegou comigo e então caiu um toró daqueles de fazer carros baterem, pistas inundarem, e o trânsito ficou em média 40km/h: eram as boas-vindas da rainha! Foi então que um trajeto de uma hora foi feito em quase quatro! Mas a viagem foi ótima e bem minha cara... e, enfim, fiquei feliz por não ter parado na África, né?
Depois conto como foi minha primeira viagem até Londra!

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