8.7.09

Um dia de Folga...


Uma brisa deliciosamente fria entrava pela janela aberta. O sol brilhava cínico do lado de fora, por entre nuvens cinza. Chovera há alguns minutos atrás e a luminosidade brincava de indecisa acendendo e apagando, acendendo e apagando. O reflexo das árvores era visto no vidro dos quadros na parede, que curiosamente continham paisagens e árvores. O silvo apressado do vento se misturava com o dos trovões longínquos, que se misturava com o canto misturado de diversos pássaros. Era raro abrir as cortinas do quarto. À luz do sol ele parecia outro. Os padrões do edredom combinavam com os padrões do aquecedor. O livro sobre o meu colo dava o final ar de aconchego que me inspirava colocar os braços atrás da cabeça e cochilar. As pálpebras pesadas exigiam descanso, mas o poder da liberdade exigia mais: queria ambos. Decidi tocar piano e corrigir algumas partituras que eu tentava tocar. Preparei a mesa para o estudo e corrigi algumas notas que realmente estavam deslocadas. Sentei-me diante do piano de mogno e toquei as primeiras notas. Elas não soavam como deveriam e pensei que tivesse cometido algum erro na anotação. A cortina da sala estava fechada e um ar triste e pesado combinando com a cortina marrom, carpete mel e moveis de mogno ditavam o clima. Não era o piano que eu queria agora. Fui à cozinha na esperança de me inspirar. Talvez um capuccino nesse clima gostoso. Afinal, a temperatura caíra cerca de 15 graus em dois dias. Meu pai diria que isso não era bom para a saúde, mas eu nunca gostei do sol e preferi o frio. Adoro inverno e neve. Mas não quero capuccino não. Talvez possa fazer uma caminhada. Seria ótimo sentir a brisa diretamente no meu rosto e respirar a umidade escorrendo das plantas. Poderia correr... exercício faz bem! Há uns dias atrás eu comprei um tênis de corrida por um preço muito, mas muito bom. Mas como encarar o fato de que eu também não quero correr? Já não sei como encarar o fato de que olhar as minhas pílulas me deu um calafrio e me inspiraram a escrever. Mas não era isso que eu queria.... o que eu quero falar ainda é segredo ou eu não queria encarar. Eu sentia o peso da idade ficando cada vez mais pesado e o meu corpo dando sinais de cansaço. Talvez uns minutos de sono resolvam. Talvez um hidratante retarde. ...mas eu não consigo dormir!

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