30.10.06

Fatias Finas de Verdade...

O Futuro do Pretérito

Eu também tenho meus momentos de inércia, em que eu me pego olhando pro teto e relembrando das coisas que já fiz na vida. Não, não tenho tanta experiencia assim... na verdade eu sou apenas um filhote de pombo que já perdeu um dos pés. Daqui a uns anos eu posso vir a dizer que não perdi um pé, mas que eu que não percebia direito o poder das minhas asas... até lá eu penso que me verei como eu me vejo há anos: um saudosista do futuro.

Correntes de Ar

Engraçado pensar que o trabalho é o período (des)necessário entre duas férias... este é o tempo em que eu fico fazendo companhia para as lembranças. Rio delas, choro com elas: elas me emocionam como no momento em que ainda eram neonatas, ou simplesmente verbos. Gosto das lembranças assim como eu gosto dos verbos... Sim, lembrar também é um verbo, mas diferente não na transitividade ou nas previsiveis conjugações, mas na possibilidade de serem refeitos, recriados, reciclados, enfim, para que a palavra que deveria ser dita possa, então, ser dita, em vez de se calar, ou que o ato que não deveria ter sido praticado possa ficar no esquecimento, e tornar, com a possibilidade da ação ou da omissão, perfeita, a lembrança. Assim eu me lembro do que deveria ser, perfeito, e não sinto o arrepio que segue do arrependimento sinestésico quando lembro ser imperfeito.

Conciliação

Morre-se com o impossível, vive-se com a possibilidade...
Odeia-se a passividade, detesta-se a cólera: vive-se filosofando!
Obedecem-se aos sentidos: todos os sete. Respeita-os.
Dou-se o direito de me espantar com o óbvio e com o milenar.
Comunga-se com o cheiro do mel e figo, com o gosto da vitela da vó;
Urgencia-se a calma assim como evita-se a perfeição – ou finge-se, quem sabe?
Exercita-se com a mente, brinca-se com o corpo.
Ri-se do cansaço, da piada, do sorriso tímido, enfim...
Batiza-se também com água das conchas e dos aquedutos;
Expia-se com bolhas e saudades, com o frio da surda noite;
Evangeliza-se com sabedoria extraída tanto dos livros como dos tempos!
Babel faz sentido porque as línguas se reconhecem.
What’s simple is true....
A união do profano e do religioso se mostra uma verdade só:
Apolo e Dionísio,
As Madonnas,
Gin e tônica...
Sarará Crioulo!
Uma fotinha pré-Roma prá ilustrar um pouquinho....
Em breve, fotos da viagem que nunca vou esquecer!

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