Faz tempos que eu não escrevo.
Cheguei a achar que havia perdido a minha voz, mas não. Ela está aqui sim, mesmo que mais fraca. Eu me alimento de observação, e por isso escrevo somente sobre o que eu vejo – mesmo que escreva sobre a parte invisível do que eu vejo. Acontece que eu não gosto do que vejo ultimamente. As mudanças acontecem lenta e dolorosamente. Tão dolorosamente que eu preferi me calar em vez de encarar os fatos e aceitar que tudo muda – e nem sempre pra melhor.
Nunca me senti tão triste em toda a minha vida. A Europa é uma das grandes decepções: achei que a Europa fosse um poço de cultura, e que as pessoas se banhassem nesse poço, mas não. Em vez de cultura eu me deparei com limitação e ostracismo. Orgulho e crueldade. As pessoas mudam quando vêm pra a Europa. Eu mesmo tenho que decidir se mudo ou não, na Europa. Foi aqui que eu entendi o que é o ódio e o que é o racismo. Também entendi o que é cultura, mas foi uma descoberta tão solitária que ela foi inibida a ponto de eu duvidar que essas três figuras possam existir separadamente.
Sim, as pessoas mudam. Não sei se para se adaptarem ou se elas mudam somente porque deixam a Europa subir à cabeça. Pode ser, também, que, alguns, cansados de serem pisoteados, decidem pisar, também. Mas o que acontece com os que não são pisoteados? Será somente a influência da Europa? E eu? Serei outra vítima da Europa? Ou eu não quero admitir que eu sempre fui cruel e, por isso, não mudei aqui? Ou será que eu sou fraco demais para lutar como igual com/contra os pseudo-europeus?
No Brasil, eu, como já disse, achava que a Europa era um poço de cultura por causa dos europeus que nos visitavam e pelos mentirosos livros que eu lia – e então eu generalizei. Chegando aqui eu percebi que existem dois tipos de europeus: os que viajam para o exterior e os que não – e ponto final. Quanto aos que viajam, sim, eles são pessoas abertas e que se permitem à viagem que eu me permiti, e absorver, do ar, o que o sítio tem a oferecer; sobre os que não viajam – ouso dizer que sejam 99,5% dos europeus, na melhor das hipóteses, que eles são xenofóbicos, apenas. Não quero filosofar sobre quão cruel pode ser o europeu eremita – eu já estou por demais decepcionado, sem ter que analisar. Mas digo que o ódio (não mais tão) silencioso contra os Estados Unidos, por exemplo, tem – e muito, fundamento. Entendo o porquê dos que não têm, preferirem destruir dos que têm, em vez de se apropriarem do que quer que seja. E também entendo os homens-bomba!
Não, não pensem que eu esteja falando de finanças, moradia ou vida social – sim, sempre pode ficar melhor, mas é que há outros maiores problemas que estes, e que são tão dolorosos, frios e solitários quanto, mas que em vez de doerem na carne, doem na alma. E a alma não grita de dor – ela apenas emudece, pouco-a-pouco.
Cheguei a achar que havia perdido a minha voz, mas não. Ela está aqui sim, mesmo que mais fraca. Eu me alimento de observação, e por isso escrevo somente sobre o que eu vejo – mesmo que escreva sobre a parte invisível do que eu vejo. Acontece que eu não gosto do que vejo ultimamente. As mudanças acontecem lenta e dolorosamente. Tão dolorosamente que eu preferi me calar em vez de encarar os fatos e aceitar que tudo muda – e nem sempre pra melhor.
Nunca me senti tão triste em toda a minha vida. A Europa é uma das grandes decepções: achei que a Europa fosse um poço de cultura, e que as pessoas se banhassem nesse poço, mas não. Em vez de cultura eu me deparei com limitação e ostracismo. Orgulho e crueldade. As pessoas mudam quando vêm pra a Europa. Eu mesmo tenho que decidir se mudo ou não, na Europa. Foi aqui que eu entendi o que é o ódio e o que é o racismo. Também entendi o que é cultura, mas foi uma descoberta tão solitária que ela foi inibida a ponto de eu duvidar que essas três figuras possam existir separadamente.
Sim, as pessoas mudam. Não sei se para se adaptarem ou se elas mudam somente porque deixam a Europa subir à cabeça. Pode ser, também, que, alguns, cansados de serem pisoteados, decidem pisar, também. Mas o que acontece com os que não são pisoteados? Será somente a influência da Europa? E eu? Serei outra vítima da Europa? Ou eu não quero admitir que eu sempre fui cruel e, por isso, não mudei aqui? Ou será que eu sou fraco demais para lutar como igual com/contra os pseudo-europeus?
No Brasil, eu, como já disse, achava que a Europa era um poço de cultura por causa dos europeus que nos visitavam e pelos mentirosos livros que eu lia – e então eu generalizei. Chegando aqui eu percebi que existem dois tipos de europeus: os que viajam para o exterior e os que não – e ponto final. Quanto aos que viajam, sim, eles são pessoas abertas e que se permitem à viagem que eu me permiti, e absorver, do ar, o que o sítio tem a oferecer; sobre os que não viajam – ouso dizer que sejam 99,5% dos europeus, na melhor das hipóteses, que eles são xenofóbicos, apenas. Não quero filosofar sobre quão cruel pode ser o europeu eremita – eu já estou por demais decepcionado, sem ter que analisar. Mas digo que o ódio (não mais tão) silencioso contra os Estados Unidos, por exemplo, tem – e muito, fundamento. Entendo o porquê dos que não têm, preferirem destruir dos que têm, em vez de se apropriarem do que quer que seja. E também entendo os homens-bomba!
Não, não pensem que eu esteja falando de finanças, moradia ou vida social – sim, sempre pode ficar melhor, mas é que há outros maiores problemas que estes, e que são tão dolorosos, frios e solitários quanto, mas que em vez de doerem na carne, doem na alma. E a alma não grita de dor – ela apenas emudece, pouco-a-pouco.
Um comentário:
Poxa... Que triste ler isso!
Naum triste pelos europeus serem desse jeito, pra mim é óbvio que alguma coisa tinha, pq cansei de ver conhecidos irem pra fora e voltarem com o nariz empinado e pisando em outros brasileiros... Vc só me confirmou o motivo.
Triste pq vc é uma pessoa que não meceria estar passando por esse tipo de coisa. Uma pessoa especial que rezo para que não seja corrompida.
Eu tive muita chance para ir pra fora tentar a vida, mas orgulhoso como sou resolvi que quero dar certo aqui, e ir para o exterior apenas a passeio, pq to cansado de ouvir histórias de amigos meus se tornando capachos de extrangeiros, é amigo meu lavando privada nos EUA, é outro amigo meu trampando como pedreiro na Espanha e quando foi a UK conhecer foi barrado sem explicação nenhuma e jogado numa estrada deserta na França...
Não menosprezo nenhum trabalho não, só que quando um brasileiro vai pra fora, trampa de faxineiro, babá, pedreiro, quando um estrangeiro vem pra cá, trampa de Executivo pra cima. Brasileiros são simpatiquinhos demais que até estraga.
Fica bem aí, e se precisar conversar to aqui, sempre.
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