Hoje eu estava caminhando - voltando pra casa, e senti uma saudade, um aperto no peito. Sim, eu sinto falta de muita coisa, mas de nada, ao mesmo tempo: não sei explicar. Prefiro chamar de melancolia a tristeza que eu não consigo – e nem quero, explicar. Fiquei pensando a tarde quase toda no Samuel. Lembrei, com aperto no coração, que eu sabia que ele iria em breve – mas meio sem saber... mas eu sabia. E o mesmo aconteceu com o Jacko. Eu sabia que estava na hora de ele ir e eu fiz coisas que eu normalmente não fazia: eu tive a oportunidade de lhe dizer adeus, e eu o fiz. Hoje eu me arrependo de coisas que fiz e que deixei de fazer, enquanto ele estava vivo, mas não carrego a dor de não tê-lo dito adeus – a lembrança do momento em que eu o olhei nos olhos e disse que o amava, ainda me dói. Como ele teve coragem de me deixar? – aquele egoísta! Que droga! Já que eu tenho esse dom de ver no escuro, eu também queria poder entender o que eu enxergo, só pra ter certeza de que eu posso viver sem o medo de ser a ultima vez que eu vivo. Sim, porque dói muito ver o tempo passar e me ver a cada dia, potencialmente mais só. (Sim, eu quero uma mão amiga apertando a minha quando eu me for!) E vivendo de lembranças, as vezes sorrindo, outras chorando, e tristemente perceber que a memória nos prega peças – porque, infelizmente, esquecemos das coisas, e o que nos sobra é apenas uma bruma e que, no fim das contas, nos temos ouro em pó nas mãos.
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