25.7.07

E depois?

"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho,
pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho,
mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas não há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "

(Antoine de Saint-Exupéry)

Mas e depois? Pra onde vão os amigos? Pra onde vão os amigos depois que cumprem sua missão na nossa vida?

Pergunta Retórica nº III

Será que a sensação de perder alguém é a mesma de quando se perde uma oportunidade?

Objetivo ou Obrigação?

As vezes penso que eu não posso seguir adiante se eu não fazer o que eu devo fazer. Essa sensação seria uma espécie de cardecismo em vida – sim, faz sentido, já que eu morro varias vezes em vida. E vendo Felicity eu me lembrei, com muita mágoa, que, pelos motivos errados, eu não fiz faculdade fora de casa, e que eu gostaria de ter estudado longe... foi quando o Izalty me perguntou: “e o que você está fazendo aqui na Inglaterra, Leo?”

Pode soar plano, mas parece que eu vim pra Inglaterra porque eu não fiz faculdade fora. Não sei que nome dar a essa sensação, mas parece que pode fazer parte do meu crescimento, ficar longe de casa. Digo “meu crescimento” porque outras pessoas precisam de outras coisas para valorizar a vida. Eu fico feliz por não ter que ser atropelado por um ônibus, mas me pergunto sempre: “o que eu vim fazer aqui?” E me pergunto, também: “o que mais que eu não fiz, ou deixei incompleto, e que eu terei que fazer? E como eu o farei?”

Afinal, pessoas que se encontram seguem um objetivo ou uma obrigação?

A Non Domino

Hoje eu fiquei em casa pensando.

Não que eu tenha tirado o dia pra pensar, mas com a Lu levando a chave de casa pro trabalho, ficou complicado sair. Foi então que me resignei e vivi prisioneiro de uma tarde helênica no meu quarto.

Sim. Quem me conhece sabe que eu adoro ficar olhando pro teto tendo pensamentos esparsos e tergiversando sobre esses mesmos pensamentos, fazendo de conta que eu poderia mudar a vida de alguém – incluindo a minha, com esses pensamentos. Acontece que eu estava preocupado uns dias atrás porque alguém me cobrou uma atualização aqui no blogger e eu não tinha nada pra dizer. Foi quando eu comecei a pensar em duas coisas: a) eu sempre escrevi para leitores hipotéticos, e nunca me preparei pra realidade; e b) a vida acaba quando não se a enxerga a todo instante.

Mas eu acabei não escrevendo logo em seguida porque eu preciso de silêncio pra refletir, e justamente silêncio é o que de mais escasso eu tenho hoje em dia. Sinto falta da minha privacidade. Talvez eu não produza com tanta intensidade porque eu não mais tenho privacidade, meu próprio espaço. E quando eu não penso, eu estou morto porque então não enxergo a vida em minha volta. É quando eu penso na morte. Penso na morte e em várias outras coisas, mas nunca no sentido prático. Como disse, sou completamente hipotético, e por isso, tímido ao extremo – sem coragem de admitir nem pra mim mesmos, os meus anseios. E por issopenso na morte: porque não tenho coragem de sair da hipótese. Sim, eu penso na morte, mas não como algo ruim. Tenho comigo que fatos que não podem ser evitados, não precisam ser sofridos – como a morte, por exemplo. Morte pra mim não significa dor, mas a falta dela. Vazio, pra mim, é sinônimo de morte. E estou morto quando eu penso simples, apesar de somente notar a minha morte em estagio avançado de putrefação. Feliz (ou infelizmente), sou uma fênix, no fim das contas, e volto mais forte, mas sábio, da minha morte. Mas será que pensamos simples a partir do momento em que nos tornamos simples? Será por causa desta tal simplicidade que eu só escrevo memórias? De que seria, isso, sinal: de que eu me censuro ou de que eu não me aprazo?

16.7.07

Viagem à Springfield

Pois bem... cansados de Reading, (na ordem da foto) Izalty, eu, Vanessa, Lu e Guto resolvemos que Springfield seria uma boa idéia prum roteiro de viagem.



12.7.07

Precious Things

No último dia três de julho, eu e o Izalty fomos assistir ao show da Tori Amos no Hamersmith Apollo, em Londres. Compramos os ingressos no dia 27 de fevereiro e mesmo assim os nossos lugares não eram os melhores – apesar de muito, muito bons! E pra melhorar, a Tori deu um presente pra gente quando ela errou a letra de Black Dove e improvisou lindamente uma musiquinha chamada Brain Fart, e emendou com Bliss – quando eu tive um ataque cardíaco...

Seguem fotos.

Eu e o Tino - sempre de olho fechado.

Falei que não estávamos no melhor dos lugares, mas imaginem que a câmera, por si só, já afasta um pouco a imagem....


Pois bem.. tá aí o improviso Black Dove/Brain Fart/Bliss.

Post validi scriptum:

Eu não tenho o habito de emendar meus escritos, mas desta vez faz muito, muito sentido acrescentar que, no caminho pro show da Tori, eu e o Izalty nos deparamos com umas figuras, dentro do metrô, tão, mas tão estranhas que ele disse: “Só podem ser fãs da Tori! Não tem outra explicação!”, e eu acrescentei: “É, são esquisitos mesmo, mas se você pensar bem, nós também estamos a caminho do show da Tori...” e só pra concluir; sim, os esquisitos estavam mesmo indo pro show da Tori - todos. E foi quando eu me senti dentro, dentro mesmo do clipe de Bliss.


Sim, amedronta, mas foi verdade...