Se me perguntassem como eu estava há uns dias atrás, eu não sei o que diria, mas não seria muito otimista. Hoje, no entanto, eu amanheci. Eu senti orgulho de mim. Não digo que eu tenha voltado a contemplar à vida, mas não mais estou mais outonando (gostei de criar esse verbo!), mas talvez primaverando. Uma das coisas boas foi o fato de eu compreender para onde foram as coisas que eu já aprendi. Para onde? Não sei... sei que as esqueci. Aprendi que é preciso aprender, aprender, só pra depois esquecer. Acho que estou descobrindo que só se é livre depois que se esquece o que aprendeu. Sim, porque depois de uma jornada, não somos capazes de ser a mesma pessoa de antes – torna-se algo novo. Algo novo que não esquece, na verdade. Ou se esquece sim, talvez, mas só pelo prazer de achar de novo, e de novo, e ficar feliz porque lá no fundo, já se sabia. E até disso eu já sabia – pro meu espanto. Mas descobrir o que eu já sabia não me deixa feliz – eu já teria previsto essa possibilidade, ou mesmo o prelúdio dessa felicidade, já que eu estou tão clarividente hoje... Eu fiquei incomodado com essa palavra que acabei de usar: clarividente. Não gostei, eu acho. Ao contrario de “aventureiro”, que foi como um colega me chamou, num scrap por ocasião do meu aniversário. Quer dizer então que prefiro ser aventureiro a ser clarividente? Mas, quer dizer, no fundo, não e a mesma coisa? Os dois não lidam com o desconhecido, com a novidade? com a possibilidade?! Olho fixo pro teclado. Quero fotografar o que se passa pela minha cabeça. Mas é impossível: enquanto eu tentava fotografar o meu estado de espírito, fui pego por uma ansiedade, uma excitação de desafio – e a minha musa fugiu, de repente. Não. Definitivamente ela não fugiu – eu que não quero dizer: é meu e somente meu o que aconteceu. Mas para não dizer que sou egoísta, vou deixar um espaço em braço pra que você também possa ficar a sós com a sua musa. Sim, intimidade é isso sim. Quero ficar sozinho. Intimidade é a vontade de potência!
[enjoy the silence]
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