11.7.09

Por que está tudo tão confuso?

Não tem ninguém por perto quando ela fala comigo. E eu não sei se não gosto dela por causa das coisas que ela me mostra. As minhas brigas imaginárias são mais freqüentes... e mais brutais. Eu estou vivendo “A Redoma d e Vidro” e não sei o que acontece na pagina seguinte...
E por que é tão difícil dizer o que eu quero? Bem, talvez eu não saiba o que eu queira – e por isso não sei o que dizer... algumas coisas eu mantenho comigo, guardadas e lacradas a não sei quantas chaves pra não correr o risco de irem embora depois que as disser. Sim, meu sentimentos são reféns do meu ego.
Outro dia eu vi um amigo no MSN. Como sempre eu entro off-line. Fiquei feliz porque além de fazer tempos que não nos falávamos, tinha muita coisa pra falar. Mas daí lembrei que ele ia me dizer que eu tinha sumido e que deveria aparecer mais. Daí fiquei com raiva e não falei com ele.... é assim que eu vejo a minha vida: um livro com centenas de páginas em que nada realmente acontece. E quando acontece algo, não passa de um flash-back.
De vez em quando ela desaparece – mais freqüentemente quando tem alguém por perto ou quando eu estou muito ocupado. Mas ela sempre volta e me conta que foi ter com outros e que lhes cutucou o ombro. Ela me assusta, mas me intriga. Já falei que não sei se gosto dela ou não, mas sim, ela me fascina. Ela me faz promessas, mas eu tenho medo também. Ela já me disse várias vezes que eu não devo me confundir porque um dia ela cutuca meu ombro também.

8.7.09

Um dia de Folga...


Uma brisa deliciosamente fria entrava pela janela aberta. O sol brilhava cínico do lado de fora, por entre nuvens cinza. Chovera há alguns minutos atrás e a luminosidade brincava de indecisa acendendo e apagando, acendendo e apagando. O reflexo das árvores era visto no vidro dos quadros na parede, que curiosamente continham paisagens e árvores. O silvo apressado do vento se misturava com o dos trovões longínquos, que se misturava com o canto misturado de diversos pássaros. Era raro abrir as cortinas do quarto. À luz do sol ele parecia outro. Os padrões do edredom combinavam com os padrões do aquecedor. O livro sobre o meu colo dava o final ar de aconchego que me inspirava colocar os braços atrás da cabeça e cochilar. As pálpebras pesadas exigiam descanso, mas o poder da liberdade exigia mais: queria ambos. Decidi tocar piano e corrigir algumas partituras que eu tentava tocar. Preparei a mesa para o estudo e corrigi algumas notas que realmente estavam deslocadas. Sentei-me diante do piano de mogno e toquei as primeiras notas. Elas não soavam como deveriam e pensei que tivesse cometido algum erro na anotação. A cortina da sala estava fechada e um ar triste e pesado combinando com a cortina marrom, carpete mel e moveis de mogno ditavam o clima. Não era o piano que eu queria agora. Fui à cozinha na esperança de me inspirar. Talvez um capuccino nesse clima gostoso. Afinal, a temperatura caíra cerca de 15 graus em dois dias. Meu pai diria que isso não era bom para a saúde, mas eu nunca gostei do sol e preferi o frio. Adoro inverno e neve. Mas não quero capuccino não. Talvez possa fazer uma caminhada. Seria ótimo sentir a brisa diretamente no meu rosto e respirar a umidade escorrendo das plantas. Poderia correr... exercício faz bem! Há uns dias atrás eu comprei um tênis de corrida por um preço muito, mas muito bom. Mas como encarar o fato de que eu também não quero correr? Já não sei como encarar o fato de que olhar as minhas pílulas me deu um calafrio e me inspiraram a escrever. Mas não era isso que eu queria.... o que eu quero falar ainda é segredo ou eu não queria encarar. Eu sentia o peso da idade ficando cada vez mais pesado e o meu corpo dando sinais de cansaço. Talvez uns minutos de sono resolvam. Talvez um hidratante retarde. ...mas eu não consigo dormir!

1.7.09

Tempo de Morangos

Eu não morri não. Eu percebi que algumas das coisas para as quais eu acordo não são absorvidas e outras acabam se diluindo. Este não é um blog abandonado não. Eu tenho me ocupado escrevendo contos ou outras coisas. A inspiração não me abandonou não. Eu, na verdade, tenho tratado esses seres que me visitam com mais respeito – na expectativa de que eles não me deixem. E sim, tem funcionado sim. Mas eles não querem o blog.
E por esses dias eu me lembrei de que as pessoas morrem. Por um tempo eu achei que os 50 eram os novos 30 anos, mas não. Ou talvez sim... a surpresa é que não se deixa fotografar. Ou como a Clarice diria: mas por enquanto é tempo de morangos...